Primeiramente não poderia deixar de frisar que minha gravidez foi uma bênção...Poucos enjôos e incômodos, pressão controlada, tudo sob controle.
Antes mesmo de engravidar eu tinha horror em pensar em dar à luz.
Cresci ouvindo as mulheres da minha família dizendo que as dores eram terríveis e tudo de mais trágico...
Quando engravidei, uma das primeiras coisas que temi foi exatamente isso: o nascimento! Parece até absurdo mas eu não dormia, o medo me perturbava. No começo da gestação eu cheguei a discutir com meu marido, dizendo que eu faria cesárea e ponto final.
Ele relutou e me incentivava muito a ter parto normal.
Foi quando comecei minha busca e conheci grupos de gestantes ...Logo mudei de opinião e resolvi optar pelo nascimento natural.
Queria sentir cada contração e ter o privilégio de sentir meu filho sair de dentro de mim...Eu sabia que
era a melhor opção tanto para o bebê quanto pra mim.Porém não imaginei o quanto era difícil encontrar
médicos dispostos à assistir um parto normal.
Comecei meu pré natal com um médico do convênio, saía das consultas bem insatisfeita. O Dr.E não era muito sorridente nem atencioso.
Em uma das consultas, quando resolvi comentar com ele sobre meu desejo por parto normal, ele virou pra
mim e ironicamente soltou a frase: 'Você não aguenta nem um exame de toque e acha que vai suportar um parto normal?'
Fiquei arrasada mas saí do consultório, ergui a cabeça e fui a luta.
Foi quando em uma das minhas buscas na internet, conheci a Drª.Mariana (médica humanizada e conhecida por assistir partos normais). Fiquei encantada com seu trabalho porém com receio de que o valor seria muito alto pra mim...Pois bem, marcamos de nos encontrar e conversar melhor.
Ela foi super receptiva, ouviu meus medos e expliquei a situação que estávamos passando financeiramente e ela nos propôs um preço ótimo e ainda parcelaria em quantas vezes fosse preciso! Ótimo! Mas Deus ainda preparou algo melhor. Foi quando ela me convidou para trabalhar em seu consultório por 2 meses até o Enzo nascer, assim faríamos uma troca de serviços e eu não pagaria nada pelo parto e depois da amamentação ela me contrataria. Nossa, Deus é maravilhoso!!!!
Através da Drª.Mariana, conhecemos a Lara (doula) e gostamos muito. Pronto! Médica e doula escolhidas.
Bom, a Mari pediu para que eu parasse de trabalhar com 37 semanas mas eu não quis, pois estava muito bem e então trabalhei até o último dia.
A data prevista do parto seria 07/10/2010
Consulta de 38 semanas – estava com 1 cm de dilatação , colo médio...A Mari disse que ainda demoraria.
Consulta de 39 semanas – permanecia com 1 cm de dilatação, confesso que fiquei meio triste pois estava muito ansiosa mas entreguei nas mãos de Deus
Agora vamos ao relato de parto propriamente dito:
Com 39 semanas e 5 dias (05/10) pela manhã , fomos na consulta com a Mari . Ela examinou e o
tampão terminou de sair...Ela disse que estava muito perto de conhecer meu filhote.
Saí do consultório radiante, me sentia segura, confiante e muito feliz.
tampão terminou de sair...Ela disse que estava muito perto de conhecer meu filhote.
Saí do consultório radiante, me sentia segura, confiante e muito feliz.
O André me deixou em casa umas 10:00 e foi trabalhar. Liguei pra minha mãe para que ela viesse em casa me ajudar com o almoço. Enquanto ela cozinhava, comentei que estava me sentindo estranha e com umas dores diferentes. Sentei na frente do computador pra distrair e comecei a perceber que as “dores” vinham a cada 5 minutos .
Achei viável avisar a Mari, ela me disse que só seria trabalho de parto ativo quando a dor durasse 1 minuto
(até então estavam durando 30 segundos)
Aí começou a doer messsmo, minha mãe me ajudava, massageando minhas costas (que parecia que iam rachar).
O André chegou pra almoçar e me viu com cara de dor e falou num tom de brincadeira: “Eita amor, já tá em trabalho de parto?” e riu...
Eu respondi: “ESTOU”.
Ele se assustou e falou “SÉRIO?” e ficou me olhando com cara de espanto (hehehehe)
Falei pra ele que poderia voltar ao trabalho e quando fosse necessário eu ligaria.
Por volta das 13:00 as dores (que na verdade já eram contrações) engrenaram, duravam 1 minuto e vinham a cada 3 minutos.
Logo já liguei para que o André voltasse (tudo acontecia muito rápido)
Quando foi por volta de 14:00 liguei pra Lara e ela foi pra minha casa junto com uma outra doula (Júlia, uma graça). Durante as contrações elas faziam massagens nas minhas costas, me abraçavam e me apoiavam com palavras de ânimo.
Entrei no banho e fiquei conversando com a Júlia, enquanto a Lara tinha ido ao posto de gasolina pra encher a bola de pilates.
No intervalo das contrações eu até cheguei a pedir um sorvete pro André, porém quando a dor voltava eu desistia (rsrs)
Por volta das 17:00 eu avisei a Júlia que queria ir pro hospital .
Lara então ligou pra Mari dizendo que eu estava em trabalho de parto ativo e com vontade de fazer força.
Fomos então pro carro! Enquanto eu descia as escadas do meu bloco veio uma contração (foi horrível).
Entrei no carro, o André foi dirigindo, a Lara foi no banco de trás comigo , minha mãe foi pra casa dela e a
Júlia foi em outro carro.
PAUSA PARA UM DETALHE (rs): Durante o caminho até a maternidade, cruzamos com um protesto/greve no centro da cidade, a rua estava fechada. A Lara e o André avisaram que eu estava em trabalho de parto, foi uma correria , os policiais abriram caminho e um deles até me disse “ respira moça, respira que logo passa” rs!
Ah, nas minhas fantasias de como seria o dia em que eu entrasse em trabalho de parto, sempre imaginei essa cena, como nos filmes e aconteceu rs!
O caminho até o hospital parecia uma eternidade...o André corria com o carro e eu gritava pra ele ir devagar e quando ele diminuía o ritmo eu pedia pra ele correr ...
Chegamos no hospital, recepção lotada e eu quase surtando. A Lara e o André estavam ajeitando a papelada pra minha internação e eu fiquei sentada, esperando ser atendida, todos na recepção me olhavam com cara de espanto e eu nem me importava.
Fui atendida por um médico plantonista que me examinou e não falou nada, porém ouvi ele ligando pra Mari e dizendo “Vem rápido pra cá que vai nascer”.
Aí eu confesso que fiquei nervosa , chorei e soltei a pérola “E se ele não sair?”
Foi quando a Lara e a Júlia me deram muito apoio psicológico.
Subi na maca (queria ir andando mas eu estava com tanta dor que nem me importei de deitar)
fui até o centro obstétrico , eu ouvia as enfermeiras gritando " 9 pra 10 centímetros de
dilatação "
Entrei no CO, me colocaram no antibiótico (eu tinha strepto B positivo) e nisso o André chegou. Eu chamava pela Mari, quando ouvi a voz dela quase a agarrei rs. Eu só sabia falar:
“Que bom que você chegou Mari, tô com tanto medo”
Mari: de touca rosa e Júlia (queridas)
Ela me pediu pra sentar na bola de pilates mas eu não quis então ela forrou o chão e ficamos todos lá, eu não conseguia me mover durante as contrações.
O André ficou sentado atrás de mim e eu fiquei numa banquetinha. Estava com dilatação total e muuuuita dor! No intervalo das contrações eu ria, conversava, nem parecia que estava em trabalho de parto
A Lara me ofereceu chocolate e eu aceitei. Dei uma mordida e não quis mais, a dor me fez perder a vontade.
Foram muitas contrações, a Mari me pedia pra fazer força somente nas contrações, mas eu fazia o tempo todo, não via a hora de acabar logo.
André se manteve atrás de mim, me dando palavras que encorajavam e me sustentando literalmente.
André se manteve atrás de mim, me dando palavras que encorajavam e me sustentando literalmente.
A partir daqui não me lembro de horário, vem alguns “flashes” na minha memória, realmente a partolândia
existe, a gente perde a noção de tudo , perde a vergonha . É puro instinto, o corpo pede e a gente obedece. (nesse momento a bolsa estourou)
existe, a gente perde a noção de tudo , perde a vergonha . É puro instinto, o corpo pede e a gente obedece. (nesse momento a bolsa estourou)
Quando a cabecinha saiu eu senti o “círculo de fogo”, é uma sensação muito intensa, queima demais...Aí a Mari pediu pra eu parar de fazer força pra ela desenrolar cordão que estava no pescoço do Enzo.
(eu cheguei a falar TIRA ELE DAÍ MARI, FAZ ALGUMA COISA) e ela, toda calma e serena como sempre, sorriu e disse : É vc quem está fazendo tudo sozinha, vc está ótima.
(eu cheguei a falar TIRA ELE DAÍ MARI, FAZ ALGUMA COISA) e ela, toda calma e serena como sempre, sorriu e disse : É vc quem está fazendo tudo sozinha, vc está ótima.
E Finalmente quando eu achei que não agüentaria mais, o corpinho dele escorregou
e ele veio pro meu colo...Tão lindo, tão meu... Ali se iniciou a minha família. Que momento ímpar, eu, André e nosso filho! Me senti tão mulher, guerreira e vitoriosa. Se eu pudesse teria congelado aquele momento!
O filho tão esperado, tão protegido, tão fora de hora e tão a tempo havia nascido!!!
Papai cortou o cordão umbilical , que coisa linda!
Enzo nasceu às 19:04 do dia 05/10/2010, medindo 47 cm e pesando 2.965 g de
parto natural sem anestesia e sem cortes!
parto natural sem anestesia e sem cortes!
Eu, que ouvi durante toda a gravidez, que não conseguiria parir naturalmente...Eu que tive pouquíssimo apoio e que mesmo assim lutei até o fim pra isso.CONSEGUI parir e me realizei como mulher e mãe.
Agradecimentos:
A Deus que cuidou de mim em todos os momentos, que me deu forças para trazer meu filho ao mundo.
Ao André, que deixou seus medos de lado e se fez presente no momento que mais precisei e que me proporcionou essa alegria de formar uma família.
A Lara e Júlia (doulas e amigas) que me ajudaram e estiveram comigo em cada minuto, dando apoio e me auxiliando, mesmo quando pensei em desistir.
A Drª Mariana que foi espetacular desde que nos conhecemos e que cuidou de mim com muito amor e carinho (QUE MÉDICA!!!)
Ao meu filho, que trouxe a felicidade completa pra minha vida e que me fez conhecer o AMOR INCONDICIONAL
A Deus que cuidou de mim em todos os momentos, que me deu forças para trazer meu filho ao mundo.
Ao André, que deixou seus medos de lado e se fez presente no momento que mais precisei e que me proporcionou essa alegria de formar uma família.
A Lara e Júlia (doulas e amigas) que me ajudaram e estiveram comigo em cada minuto, dando apoio e me auxiliando, mesmo quando pensei em desistir.
A Drª Mariana que foi espetacular desde que nos conhecemos e que cuidou de mim com muito amor e carinho (QUE MÉDICA!!!)
Ao meu filho, que trouxe a felicidade completa pra minha vida e que me fez conhecer o AMOR INCONDICIONAL
*Enzo foi a coroação de uma mãe. Mãe que se lançaria à morte por ele, se fosse preciso*
Obs: Mari me presenteou com as fotos do parto, feitas por Vívian Scaggiante
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Meu relato de parto na visão da doula Lara:
É com MUITA alegria que comunico a chegada do pequeno Enzo!
O bichinho nasceu às 19:04 horas de hoje, na Maternidade de Campinas!
Natalia pariu naturalmente seu filhote... durante o expulsivo oscilava de leoa a menina... foi muito bonito!
Nunca imaginou ter tamanha força!
Chegou na Maternidade com quase dilatação total... Enzo esperou
pacientemente todos os profissionais chegarem para dar o ar da graça...uma belezinha!
André, o pai, ficou no apoio... literal! E com suas frases ao pé do ouvido, encorajou sua pequena/grande
mulher a parir... Pariu de cócoras sustentada!!!
Natalia batalhou muito pelo seu parto...com sua doçura e persistencia foi atrás de todos os profissionais
possíveis... até escolher a sua equipe.
Negociou de uma maneira muito consciente e responsável!
Trabalhou como assistente da Mariana Simões no consultório uns meses...até pouco tempo atrás e foi
acompanhando bem de perto todas as barrigudas que por lá passaram...
Para mim um exemplo!
Ass: Lara... com insônia de tanta alegria!
Equipe: Mariana Simões, Maria Otília, Julia Madureira, eu e Victória...minha filhota que assistiu
emocionada seu primeiro parto!